Tuesday, November 05, 2013

VIDA LONGA AOS REIS


“Reis”. É uma boa palavra para definir vocês.

Todos grandes reis de reinados e camarotes imaginários. Não reis por realeza, nem austeridade. Reis pela megalomania, por achar que são donos de tudo sem ter feito nada. Por achar que tem direito a tudo sem nunca ter dado nada em troca. Reis por achar que as pessoas têm inveja do nada que você tem.

Por achar que as pessoas são suas inimigas, mesmo quando elas tem uma vida para tocar. Vocês são todos reis fudidos, com divida no cartão e uma dúvida como coroa, prostrada em suas cabeças, “o que eu estou fazendo aqui? O que falta?”.

Vocês são grandes reis, olhando de cima para o seu povo, e tendo pena das pessoas que são exatamente iguais a você. Reis por ter se auto denominado como tal, por dizer que você “agrega valor”. Valor de nada ao nada que te rodeia. Reis dos sobrenomes, dos vazios, das festas, reis por um dia, reis por uma única garrafa de champanha obrigatória na frente dos outros REIS! Reis por não saberem de nada, mas dizerem tudo como grandes verdades absolutas e irrefutáveis, mesmo que o povo, seu súdito tenha provas.

Realeza, pois tudo que se fala é sobre você, o grande ser supremo. Todas as piadas foram sobre você, então cortem as cabeças, botem pra fora! Chamem os seguranças! Eu conheço a gerente! Você sabe quem eu sou? Eu sou o rei! Eu sei o que você não sabe. Eu visto o que você não veste. Eu tenho sobrando o que você compra parcelado. Grandes impiedosos reis dolorosos de uma existência doente.

Eu serei o cavaleiro das canções. E tentarei ter alguma virtude e alguma coragem. Longe de mim ser rei. Quem tem tudo pode perdê-lo em um segundo. Quem não tem nada só tem a ganhar. Longe de mim querer ser rei.

Vida longa a vocês e seus camarotes.

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