Wednesday, June 19, 2013

O JOGO DA NOSSA VIDA

* Escrito sem compromisso nenhum ouvindo Alanis Morissette.



Por que tu não me ama?
Por que tu finge que eu não existo?
Para de se maltratar tanto, esquece o cálculo e marca o x sem saber se é a resposta certa.
Para de olhar em linhas retas; às vezes, nas palavras cruzadas, as palavras estão de trás pra frente e na diagonal, mas estão lá. Esquisitas e erradas, mas estão lá.
Para de se torturar e me acha logo como o teu par nesse jogo da memória tão difícil de acabar. 
Vem morar comigo num apartamento no fim do mundo; eu, tu e um colchão no chão. A gente bota umas almofadas e chama os amigos. Tu ainda tem aquele tabuleiro de jogo da vida? A gente ia ser o carrinho rosa e ia ter uns três filhinhos e sem rolar os dados ia chegar no fim do tabuleiro, sem nem formar em medicina.
Para de fingir que eu não sou o teu + 1.
Na vida, nem sempre 2 + 2 são quatro. De repente eu e tu somos uma confusão do caralho, mas exatamente o que fica bom na nossa parede, com uma planta bem embaixo, cobrindo aquela infiltração.
Se permite ser a resposta errada daquela prova que você não quis estudar, preferiu ver sessão da tarde.
Se permite ser a cola que tu preparou e não teve coragem de usar.
Se permita sair desse padrãozinho; a vida não tem ABNT.
Não seja citação na minha dissertação, vem ser minha reticência, não meu ponto final. com você não quero começo nem fim, só quero meio, desde que seja inteiro.
Eu te daria amor, um colchão, uma cafeteira italiana sem cabo, mas que dá pra usar e faz um café do caralho, uma estante de livros, uma barbinha por fazer que tu já disse que gosta e eu até te deixava ter um gato, apesar de eu não suportar.
Meu coração tu roubou com a corda na sala de estar.
Vem e sobe no carrinho rosa que o jogo da nossa vida tá pra começar.