O QUE VOCÊ FARIA SE SÓ PUDESSE COMER SUA COMIDA FAVORITA UMA ÚLTIMA VEZ?

A vida só é preciosa porque acaba, assim como o seu sorvete favorito - sorvete de umbu da Perine em Salvador – você pode devorar tudo de uma vez ou comer devagarinho para aproveitar cada pedacinho, apreciando e saboreando (prometi que nunca iria usar a palavra “saboreando,  mas, não consegui pensar em outra”.

 Para alguns a vida simplesmente derrete em um canto, uns acham que dói, outros que engorda, muitos acham que é um desperdício de tempo e alguns nem pensam no assunto e muito menos comparam a vida com um sorvete de umbu.

E então eu penso: O que você faria se você só pudesse comer a sua comida favorita uma última vez? O que eu faria se me colocassem uma tigela de sorvete de umbu e dissessem “é a sua última chance: acabou o umbu do mundo”?

 Eu poderia ser romântico e dizer que ia aproveitar cada pedaço, mas eu me conheço. Eu ia devorar a porra toda! E  eu ia andar por ai esfregando meu precioso sorvete de umbu na cara de todo mundo, dizendo “eu tenho o último sorvete de umbu do mundo”, porque é precioso e bom e porque você deve ser feliz e aproveitar, pois você só tem um!

 Eu sei, eu sei que está ficando uma porcaria. Mas é tanta coisa ruim acontecendo que eu me pego perdido no pensamento de que a vida é uma merda! Que você tem o seu sorvete, ou seja lá o que for e que todas as pessoas querem tirar isso de você e te chutar no saco e dizer “se fudeu! Agora o sorvete é meu” e te deixar em um canto chorando sorveteless.  E você se depara com a coisa de novo: Ou você se esconde ou você sai de casa e vive momentos gloriosos e você não deve NUNCA deixar de fazer algo que você queira pensando no que os outros vão achar, (nunca faça nada que vá machucar alguém, como, por exemplo, roubar o sorvete dos outros), mas viva!

Até um tempo atrás a minha vida era uma bagunçona de sentimentos confusos e muitas dores, que mal eu sabia, eu havia trazido para mim mesmo por não saber lidar com a questão primordial do sorvete. 

Eu não encontrei Jesus.
Faz um tempo que eu não o vejo na verdade, a última vez que o vi foi numa palestra de “como falar bem em público”, eu falei que ele não precisava, mas ele diz que é importante se manter atualizado e que parecia que ele não discursava há milênios!

E hoje a minha vida é comum. Normal. Não sou importante, não tenho fama. Tenho amigos e família e um amor e um labrador. E sinto cada vez mais que a minha tigela de sorvete não vai acabar tão cedo pra mim.

Mas por favor tomem cuidado.
E lembrem-se que cada momento que a gente vive é tão precioso.
E façam escolhas melhores.

Por favor tenham juízo.

É que hoje to me sentindo um tanto perdido.
Mais amor, por favor.