Wednesday, September 10, 2014

Você teria coragem? Perca o medo da maconha.




"Você teria coragem de ser operado por um médico que acabou de fumar um baseado?" Pergunta o anúncio veiculado em jornais de Fortaleza, capital do Ceará, seguido dos dizeres "Se a maconha for legalizada, isso será normal". Outro anúncio pergunta se você teria coragem de entrar num avião onde o piloto acaba de "fumar um bagulho"( amando a linguagem dos anúncios). Um terceiro, e na minha opinião, o mais hilário pergunta se você matricularia seu filho numa escola em que os professores dão aula "lombrados" (mais uma vez amando). Obviamente, essa galera não é de humanas.

 Mal sabem os autores dos anúncios que o bom senso está legalizado no Brasil desde antes de 22 de abril de 1500.

Em todas as áreas existem bons e maus profissionais. Ora, se você é médico, vai operar alguém e resolve ficar CHAPADO (o uso com moderação também é permitido) antes da cirurgia, isso quer dizer que você é um péssimo médico. O que acontece então, se o meu cardiologista resolve tomar umas boas doses de whisky 18 anos? Ou tomar o bom e velho rivotril ®? Essas entre outras substâncias mais perigosas que a maconha (olhar dados de morte relacionadas a álcool) são liberadas e existe até um certo "glamour" em volta delas, ou seja: caso a maconha seja liberada, nada vai mudar efetivamente. Cabe a cada um, enquanto profissional avaliar o que você deve ou não fazer antes de atuar. Ninguém será forçado a fumar um, a idéia não é essa. Como publicitário, pode até ser que a substância me dê uma forcinha; já pensou nas idéias? Mas ainda assim prefiro meu bom café preto para me deixar esperto.

 Acho que mais vale um médico chapado que um médico que diz que é hora marcada, mas quando tu chega lá na hora, descobre que é por ordem de chegada. Ou o médico que olha na tua cara por 30 segundos e diz que é virose sem aprofundar os exames. Com ou sem maconha, a ética profissional é o que prevalec


Essa galera estudou aonde?
A maconha no Brasil, ainda não é legalizada, todos sabemos. Recentemente, remédios a base de canabidol, que ainda são proibidos, foram liberados pela anvisa para uso de uma criança que sofre de epilepsia, - para a qual, o canabidol se mostrou extremamente eficiente - mas isso, só após a família entrar na justiça. Com o uso do medicamento, indicado por um médico, a menina, de quatro anos, deixou de sofrer até 80 crises convulsivas por semana. A família, antes, comprava o remédio de forma ilegal pela internet.

 Obviamente o caso acima não pode ser entendido, de forma alguma, como apologia as drogas, mas, vale ressaltar que, a maconha é proibida até mesmo para uso medicinal e para estudos e pesquisas científicas. Sabe-se que a substância pode ajudar pacientes com câncer, bem como o glaucoma, onde já se comprovou a eficácia.

 Nos EUA, em Washington, no Colorado e em outros estados a droga, que antes poderia ser usada apenas de forma medicinal, passou também a ser liberada para uso recreativo. Novas indústrias surgiram, pessoas estão investindo no mercado (de sobremesas inclusive) e até mesmo uma garotinha visionária, passou a vender cookies em frente a uma loja de maconha e está faturando uma boa grana saciando a larica da moçada.

 Nosso vizinho Uruguai resolveu, fazer um teste: Liberou a droga para consumo, - com algumas regulamentações, claro, como o limite de compra de 40 gramas mensais por usuário. A droga é vendida em farmácias e é um mercado fechado e controlado pelo Estado. Coincidentemente, ou não, o número de mortes relacionadas ao tráfico de drogas no país passou a ser inexistente.

 Muitas pessoas usam o argumento de que a maconha é uma porta de entrada para outras drogas, como a cocaína e o crack, isso é possível. Porém, a verdadeira porta de entrada para este caminho, muitas vezes sem volta é a falta de diálogo dos pais e educadores com os jovens. A sociedade prefere evitar os temas aos quais tem medo (casamento igualitário, anyone?). Prefere dizer "você vai morrer se fumar maconha" levando o jovem a questionar "mas e como tem tanta gente que usa e está de boa?"

 Na minha casa, onde o diálogo corre solto, pois, sou filho de psicólogos e de pais faladeiros e preocupados, rolou uma conversa (com revelações bombásticas) onde falamos abertamente sobre drogas. Quando adolescente, cumpri meu dever. Experimentei a maconha (entre outras) e não fui muito com a vibe. Prefiro minha cerva geladíssima, mas prometo que não vou pilotar nenhum avião.

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