Ele acordou e abriu os olhos. Muita luz invadia o quarto que não tinha mais cortinas, o que o forçou a fechar de novo os olhos e os cobrir com o braço. Aos poucos, como que com medo, ele foi abrindo lentamente e quando o foco foi se ajustando ele se decepcionou ao reconhecer o quarto em que estava.
Ninguém ao seu lado, nenhum furo nos lençóis, nada de calor, ar condicionado ligado, travesseiros fofos e colchas com estampas infantis, tudo como ele havia deixado.
Sentou-se na beirada da cama, com as mãos sobre o rosto e pensou que fosse chorar. Foi pra janela e acendeu um cigarro, que daqui por diante seriam secretos, não podia fumar ali, ninguém sabia que ele havia começado a fumar.
Tomou o primeiro banho frio em meses e foi pra mesa do café da manhã. Recebido com gritos e palmas de alegria da família, quase chorou ao se deparar com cuscuz com ovo, mangas cortadas, melancias, coisas que ninguém nunca come normalmente, mas ele sabia que a mãe queria que ele se sentisse em casa novamente. Merda!
Em um ano, pouco mudou. O pai estava com pressão alta, a mãe comia doces escondida, o gato ainda dormia por horas em frente a televisão e o irmão ainda não estava namorando, mas estava começando a andar de skate. Só a tia Célia que ia se separar, coitada, estava meio triste.
Olhava o reflexo do próprio nariz toda vez que dava um gole no café. Nunca mais tinha bebido café, só bebia chá.
A tardinha, os amigos vieram visitar. Também pouca coisa havia mudado ali, as meninas ainda estavam solteiras e gatas, os meninos ainda eram galinhas, mesmo o Marcelo que havia se casado no fim do ano passado, contavam como iam as coisas da faculdade e como sentiram falta dele. Resolveram sair pra tomar uma.
A cidade agora tem viadutos e ruas novas. Aparentemente continua violenta e ainda existem muitos meninos pedindo na rua.
Havia um bar novo e era legal e tinha ar condicionado, não frio o suficiente pra matar a saudade.
Começou a beber a cerveja gelada, seus amigos não seguiam mais seu ritmo, em pouco tempo todos estavam bêbados menos ele. Contava as coisas da Europa e de repente percebeu que pelo menos três meninas da mesa estavam bêbadas e interessadas.
Começou a dar em cima de uma morena, tinha tempo que não comia uma morena. Contou todas as histórias, aumentou algumas coisas, falou em saudades, fez uma pausa dramática e pronto, pegou! Funcionava do mesmo jeito no mundo todo.
Já no motel visualizou a buceta morena, de quatro, excitada, pingando. Os cabelos dela cobriam as costas quase toda em ondas escuras que o excitaram ainda mais. Ela pediu que ele falasse inglês e chamasse ela de putinha. Aquelas bebidas meio doces estragam uma mulher loucamente. Meteu o pau com força e a puxou pelo cabelo, ela gemeu e ele continuou, quanto mais ele metia, mais ela pedia e ele pensou “pelo menos sexo é bem melhor aqui”.
Deitou –se do lado dela com um cigarro aceso, olhou para o reflexo deles no espelho do teto. Em um mês voltaria para o curso de direito e em uma semana deveria começar a ir na praia, estava branco como um fantasma. Ela se aninhou nos pêlos do peito dele e parecia que ia dormir. As meninas aqui fazem carinho? Não lembrava.
Aos poucos foi se deixando levar pelo movimento das unhas dela arranhando o peito e pela respiração semi-alcoólica dela no ombro. Acendeu outro cigarro e lembrou que há uns três dias atrás ele estava em Londres num quartinho imundo, com uma vagabunda irreconhecível dormindo de costas pra ele, um cigarro aceso e nenhuma saudade de Maceió.
11 comments:
Te indiquei pro MEME.
Chupa essa manga!
husahuadasudhsa
Bjo.
O MELHOOOR comentário!
Não vo prometer mais nada também! XD
Booom 2009 pra vc!!
fiquei de pau duro com a descricao da moça sendo comida uahuhauhauh
amigo: não posso não-vangloriar-me da não-vanglória: faz quase anos que não como uma morena... a propósito: hj me acordei em um novo lugar, ao lado, o travesseiro: ninguém...
(que em 2009 Jesus abençoe suo corazón, HUGS!!!)
hãm hãm, as olha só, o sexo do Brasil :o
hriasruiashriasruias
ah, e eu acho que 2009 vai ser sim, uma mudança :~ que eu nem sei por onde começar!
feliz 2009!
Voltar é sempre esquisito. Bj
Minha mãe , meu pai , minha irmã mais nova ultra moderna também... eu estou de férias e sem vontade nenhuma de ir a Maceío!!!Não sei explicar o "por que" todo ano não vou... eu só não tenho vontade de ir!
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Olá querido,
Meme pra você no meu blog. ;-)
Bjs!
di profundis
adorei o texto. muito bem escrito, as usual.. mas deu aflição essa heterossexualidade tão cheia de detalhes.. heheheh
:P
'Ninguém ao seu lado, nenhum furo nos lençóis, nada de calor, ar condicionado ligado, travesseiros fofos e colchas com estampas infantis, tudo como ele havia deixado...'
É, eu sei. Ele ainda continuava ali.
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