Thursday, September 07, 2006

Nem te conto

Clara chegou pra Adriana e disse:
- Ai amiga! Nem te conto!
- O quê?
- Ai amiga.... Desculpa.... Não posso te contar, prometi segredo.
- Ai! Se você não podia contar, por que começou?
- Me empolguei....
E foi assim que começou a confusão. Clara sabia que Adriana era curiosa, mas não podia imaginar que fosse tanto. As duas eram melhores amigas desde que começaram a trabalhar juntas e uma contava tudo pra outra. Uma sempre consolava a outra, ouvia a outra, aconselhava a outra e essa era a base da amizade das duas.
Mas depois deste acontecido, Adriana começo a ficar um pouco estranha demais. As duas não podiam sentar juntas para conversar que Adriana perguntava pra Clara, o que era aquilo que ela ia contar, mas não contou. Clara sempre lembrava a amiga que havia prometido segredo.
Adriana começou a ficar um pouco insistente. Estranhamente insistente. Ligava para amiga e só dizia “Conte!” A amiga ria, e achava que era brincadeira. Mas não era.
Adriana começou a ligar todos os dias, deixar mensagens na secretária eletrônica, mandar e-mails... Clara começou a ficar com raiva. Disse que se a amiga insistisse que ela iria acabar com a amizade das duas.
- Você acabar com a nossa amizade? – Gritou Adriana – Eu é que devia fazer isso! Sempre te contei tudo e agora você fica me escondendo isso.
- Desculpe, mas prometi segredo! – Respondia Clara.
As duas ficaram sem se falar. Ainda assim, vez ou outra Adriana mandava um cartão para a amiga dizendo que sentia sua falta, mas que só voltaria a falar com ela se ela contasse o segredo. Clara não respondia os cartões.
Um dia depois de muito tempo, Adriana entrou na sala de Clara e disse: “Já chega! Vou me jogar da janela se você não me contar!”. Clara conhecia a amiga. Sabia que ela não iria pular e disse que não ia contar de jeito nenhum. “Se quiser pular pule! Problema seu”.
Meses haviam se passado, e Clara achou que aquela confusão havia passado. Sentia falta da amiga, mas não podia admitir o comportamento dela.
Um certo dia, Clara teve que ficar até tarde preparando um relatório, e quando saiu do trabalho, sentiu um puxão muito forte! Estava sendo seqüestrada! Entrou em pânico! O seqüestrador a colocou dentro de um carro e seguiu em alta velocidade até uma casa abandonada.
O seqüestrador a jogou em um canto da casa e tirou o capuz que escondia o rosto. Clara não podia acreditar! Era Adriana! E pior! Era Adriana com um machado na mão!
- Agora chega! – bradou Adriana – Ou você me conta isso agora, ou eu te mato!
- Pois então pode me matar – Respondeu Clara – Vou para o tumulo com esse segredo!
Adriana partiu para cima da amiga que correu e gritou desesperadamente! Começou uma perseguição pela casa, Adriana gritava “Conte-me! Conte-me!”, Clara respondia “Nuncaaaa” Adriana deu um berro “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH” e atirou o machado em direção a Clara que foi mais rápida e se abaixou. Clara correu depressa, mas antes que pudesse se dar conta, estava presa em um corredor sem saída da casa. Era o fim! Adriana sacou um revolver da calça [que Clara havia dado de presente no natal anterior] apontou a arma para a testa da amiga e disse “Conte-me agora, ou eu te mato”
Era o fim! Clara teria que contar! Era nova demais pra morrer.
- Tudo bem! Eu conto!
- Conte-me agora!
- Ai.... Não sei se posso
- Eu te mato!
- AAAAAAAHH! A Glorinha do marketing está traindo o marido com o Marcio da contabilidade!
-Sério?
-Seriíssimo, vamos para minha casa que eu te conto todo esse babado!
- Ai miga! Conta tudo!
- Menina nem te conto!

1 comment:

Nanda Assis said...

Adorei esta historia. muito boa mesmo!!!


bjosss...